...e lá está você: sentado na cadeira ainda quente da última pessoa que esteve ali, fazendo alguma refeição, ou tomando um chopp, ou apenas perdendo seu tempo em responder uma mensagem no celular naquela praça de alimentação de um "shopping" qualquer (todos são iguais no fundo).
A mente calma porém inquieta, observa o vai e vem de pessoas indo e vindo de todos os lados. Com sacolas nas mãos, de mãos dadas com crianças, em duplas conversando, casais de mãos dadas. Esse ir e vir em volta de mim e meu copo de café que já começa a esfriar.
Serenidade imperceptível de quem está em paz com tudo, apenas "fazendo hora" antes de ir para seu compromisso. Apenas vendo a vida passar numa área de alimentação igual a milhares de milhares de "shoppings" por ai.
Olho em volta e vejo mesas ocupadas, com pessoas conversando, comendo, sozinhas ou acompanhadas, e assim como eu, vivendo suas vidas.
Impossível adivinhar o que se passa na cabeça de cada uma. Mas ao olharmos aleatoriamente para todo o movimento em volta, temos a irresistível vontade de saber.
Ai pensamos, "Deus sabe! ...Ele é onisciente e sabe o que todo mundo tá pensando. Deve ser algo bem difícil de lidar, por isso só Ele pode fazer tal coisa, pois Ele é Deus."
Fico imaginando se alguém que passa por ali, e me vê sentado, tomando meu café ainda "meio-quente", imagina o que estou sentido. ...não que me importe isso, apenas penso por pensar.
Que aquele cara ordinário (comum), bebendo tranquilamente seu café, naquele ambiente estéril de "shopping center", onde tudo é vivo e ao mesmo tempo, tão artificial, de cores vivas mas frias, com rostos em cartazes sorrindo "vaziamente" a felicidade do consumo sem razão, está com o coração transbordando de saudade. Como um jardim com borboletas em revoada (se é que "revoam"!).
Não sou do tipo que sinto saudades com frequência, mas de vez em quando, sinto.
E ela (a saudade) vem tão forte que posso dizer que chegar fazer a alma latejar!
E ali estou. Sentado tomando meu café. Mais uma formiga no imenso formigueiro do consumo.
Mal sabem os que passam que naquele momento, estou me afogando serenamente na saudade gostosa. Daquelas que você sente até o cheiro, até o gosto, de algo que passou há muito tempo.
...não reclamo disso. Absolutamente! ...é bom de vez em quando mergulhar nas lembranças da alma. Não constantemente, mas de vez em quando. Te faz ver o que te trouxe até aqui, o agora.
Também não sei as alegrias e dores, saudades e esperanças, as serenidades e aflições que passam diante de mim na forma de pessoas. Pessoas que vem e vão.
Mais uma vez penso, "...é só Deus que sabe isso em todos nós. Deixa isso com Ele.".
Tudo muito bem e o espírito em paz! Vou comer alguma coisa, agora.
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